segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O dia seguinte ( E agora Tom Zé? )


E agora, Tom Zé?

A polícia subiu
O morro evacuou
O bandido sumiu

E agora, Tom Zé?

A maconha mofou
A cocaína empedrou
E a polícia levou

E agora, Tom Zé?

O olhar cisma que viu 
A mente  imaginou
O pesadêlo acordou

A Civil atirou
O Exército metralhou
Desarmado, o tráfico se mandou

Tom Zé, pra que morro?

Pra quem  morro, Tom Zé?


Copirraiti Nov2010
Véio China©

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O funeral de Aristides Narciso

O problema não esteve nas linhas
e nem nos contornos suaves do seu rosto
Não esteve no terno nem no jaracandá
da refinada urna funerária.

Se ainda fosse vivo,
provavelmente
teria xingado a todos...

Evidente, gostaria de ser enterrado
ladeado por  indiscretas rosas vermelhas,
acariciado por um duo de violinos afinados
executando Tristese, de Chopin

Contudo, nada disso ocorreu.

Foi velado, cremado,
cinzas espalhadas pelo vento...
empoeirando ramas,
turvando a visão de pacatos pardais.

Tudo deixaria de ser quimera
irrealizável se,
seu ego, ao menos,
vestisse as medidas do caixão.

Foi triste vê-lo poeira

domingo, 21 de novembro de 2010

Dominante


Eu pensei que pudesse te sorver sempre
Assim como me delicio
Com taças de Milk-Shake
De chocolate e framboesa


Eu pensei que estivesse tão disponível
Aos meus estalares dos dedos
Submissa à minha voz máscula
Totalmente Indefesa

Eu que pensei que fosse refém
À mistura explosiva de mim e você
Dou-me conta agora que lhe perdi
Para ninguém, só à minha rudeza

Copirraiti 2010Nov
Veio China©



segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O preço da poesia


Teu temperamento de mulher
Taciturna
Esnoba-me com toda a classe
Arraigada nos teus dotes de bens
Saiba; Não preciso da tua grana
Nem do apê em Copacabana
Pois para mim basta os amigos
Que sem que saibas os destinos
Me são mais palpáveis que tu

Portanto, com os dividendo das aplicações
Compre esquadrias douradas
Importadas da França
E aproveite e emoldure num quadro
Os teus títulos das muitas  honrarias
De ti nada mais necessito
Nem de frases apaixonadas e mentirosas
Muito menos deste olhar de devassidão
Que me consome como cadência morta

Pois agora é a hora e não me haverá compaixão
Por teus lábios cálidos e de tons carmesins
Nem à tua prepotência reles e vulgar
De não veres em mim aquilo que sou;
Um tesouro - O poeta para o verdadeiro amor -

E se for para ser assim, então saibas!
Para mim tanto fez e tanto faz
Pois com este teu silêncio que se crava no olhar
É que verás ir-me embora, agora - Tudo bem?
Aviso-te porém; Levo além das lembranças tantas

A mais linda chave de prata junto da Mercedes Benz