sábado, 26 de novembro de 2011

Emaranhados

Em denso nevoeiro
A opacidade dos faróis do carro
Projetam-se denunciando eu e você

É noite e ela é doce e murmura amores
Diante um vento que açoita fugazmente
Seres abrasados nas juras do fogo lascivo 

Há conspiração e a complacência duma lua que espreita
Olhares ansiosos diante a prostituta conivência da noite
Que eternamente se enamora daquilo que resiste além-sol

É desta forma que a madrugada acolhe as sombras amantes  
Nós num campo neblinado bailando em ritmo compassado
Envoltos nas carícias e pelos tons das inebriantes melodias


Enquanto ao redor, obscuros e em tocaias
Lobos de olhares rubros e  presas afiadas
Maldizem os vícios de imensurável paixão


Copirraiti 26Nov2011

Véio China©


domingo, 6 de novembro de 2011

Se ( Para Olga & Elisa )

Ah se o riso fosse tão fácil
Ao esmagar as pútridas feridas
Algumas até na cor do anil

Ah se a dor não fosse tão triste
Escarnecendo as linhas da face
Com seus cinco dedos em riste

Ah se a vida não fosse tão efêmera
Levitando prantos, fazendo surpresas
Na timidez das esparsas alegrias

Ou quando não
Florindo em asas de tempo
Trazendo vento e sons de lamento

Enfim, seriam esses os motivos
De negar-me o doce acariciar
Das minhas tantas cicatrizes?

Copirraiti 05Nov2011
Véio China©