quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Carnívora

Dentes teus que penetram frios
A fincar como garras nas costas
Ao que a língua me lambe infame
Sentindo o gosto de mim, incauta
Impotente presa de tua fome

Que te excita e refuta o torpor
Então da carne sentes o calor
E no exalo da pele um odor
Que te enlouquece no ardor
De excretar de mim o sabor

Foi tua tocaia, perfeita, capitulo-me
Ao esturro da onça vil e carnívora
Que ora se aninha doce em meu peito
Depois de devorar-me ao meio do leito
Na fúria da posse e no delírio do amor


Copirraiti28Ago2012
Eduardo Pavani ©